Modelo ganha força entre brasileiros que buscam autonomia financeira e flexibilidade de trabalho
A busca por alternativas para ganhar uma renda extra tem crescido no Brasil. De acordo com pesquisa divulgada pelo Instituto Cidades Sustentáveis, em parceria com o Ipec – Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica, no ano passado, 31% da população com 16 anos ou mais se dedicou a alguma atividade para complementar a renda nos 12 meses anteriores ao levantamento.
Entre as possibilidades, o empreendedorismo digital tem se mostrado uma alternativa. Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), embora não seja um fenômeno recente, a modalidade ganhou força nos últimos anos, principalmente durante a pandemia de Covid-19, quando as compras on-line se tornaram mais frequentes.
Somente entre 2019 e 2024, as micro e pequenas empresas brasileiras viram suas vendas on-line dispararem, passando de R$ 5 bilhões para R$ 67 bilhões. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), com base em informações da Receita Federal.
O avanço desse modelo de negócio está ligado às novas dinâmicas de mercado e à variedade de formatos que permitem gerar rendas pela internet. Entre eles, o comércio eletrônico que, de acordo com o MDIC, apresentou crescimento geral de 28,7% e de 76,3% para as MPEs, entre 2022 e 2024.
De roupas e acessórios a cosméticos e papelaria, há uma infinidade de produtos que podem ser oferecidos. A Serasa Experian destaca que ter uma loja própria on-line tem sido bem mais simples nos últimos anos, com plataformas que permitem criar um e-commerce sem a necessidade de saber sobre programação.
Também é possível encontrar recursos como criador de logo grátis, que ajudam quem está começando e precisa desenvolver a marca sem grandes investimentos. A construção da identidade visual e a boa experiência de navegação são alguns dos aspectos indispensáveis na fidelização do consumidor, conforme destaca a Serasa.
Outra opção de negócio digital em alta, e que pode ser adotada por quem quer começar com poucos recursos, é o marketing de afiliados. De acordo com a Business Research Insights, esse mercado já movimenta mais de US$ 15 bilhões globalmente e deve atingir 63,87 bilhões em 2033.
Nessa modalidade, o empreendedor divulga produtos de terceiros e recebe uma comissão por venda realizada, podendo chegar até 20%, conforme o Sebrae. Entre as suas vantagens está a dispensa de estrutura: não há necessidade de estoque, logística ou preocupação com impostos e outros custos relacionados às mercadorias ou aos serviços.
Confira outras maneiras de complementar a renda pela internet
Além das lojas virtuais e do marketing de afiliados, existem várias outras formas de empreender digitalmente. O dropshipping, por exemplo, é uma estratégia que permite vender produtos sem manter um estoque.
Nela, o lojista atua como intermediário entre o consumidor e o fornecedor, que se responsabiliza pela entrega. A Hostgator, especialista em hospedagem de sites, aponta o modelo como ideal para quem quer começar com baixo investimento e foco em marketing e atendimento.
Outra alternativa é oferecer serviços como consultoria, programação, design ou redação. Plataformas como Workana, Upwork e 99Freelas conectam freelancers a empresas que buscam profissionais especializados, inclusive no exterior. Segundo a Serasa, quem domina outros idiomas pode se destacar oferecendo tradução técnica, adaptação de conteúdo e legendagem de vídeos.
Para quem tem habilidades culinárias, também é possível investir em um delivery caseiro, vendendo refeições por aplicativos e usando planos que incluem entregador. Já para os que preferem rotinas mais flexíveis, há a possibilidade de participar de pesquisas on-line remuneradas, vender fotografias em bancos de imagem ou produzir cursos e videoaulas para plataformas educacionais.
Independentemente do ramo de atuação, o Sebrae destaca a importância da capacitação para oferecer um trabalho de qualidade. Ao se manter por dentro das novidades do mercado, o empreendedor consegue identificar oportunidades com maior facilidade, conhecer as melhores práticas de outras empresas, entender os desafios econômicos e, se preciso, ajustar seu planejamento de negócios.